Aconteceu nesta segunda-feira (09) o I Ciclo de palestras sobre o desenvolvimento da pecuária no Maranhão. O evento realizado de forma híbrida, aconteceu no Salão Nobre da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e foi organizado pela Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (Ascem) com o apoio da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA).
Participaram da mesa de abertura do evento, o presidente da Ascem, Ricardo Ataíde, o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Antônio Heluy, o diretor-geral da Aged-MA, Cauê Ávil, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Maranhão (Faema-Senar), Raimundo Coelho e o Chefe do Departamento de Política Agropecuária da Sagrima, Leonilson Araújo.
A retirada da vacinação contra a febre aftosa no Maranhão, a importância da maior participação dos criadores, do trabalho de vigilância sanitária e da melhoria da arrecadação do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec-MA) neste processo foram os principais temas debatidos durante o ciclo de palestras.
Vale ressaltar que este mês está sendo realizada a Campanha de vacinação contra a febre aftosa no Maranhão até o dia 31 de maio. Devem ser vacinados todos os bovinos e bubalinos de todas as idades.
Na apresentação do auditor da Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo e servidor em regime de teletrabalho da coordenação de emergências zoossanitárias em Brasília, Gabriel Torres, ele elogiou o trabalho realizado pelo Maranhão em relação ao cumprimento das metas do Plano Estratégico do Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa – PE PNEFA para que o estado seja classificado como Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação e destacou o índice de cobertura vacinal alcançado pelo estado nos últimos anos de campanha de vacinação.
O Maranhão tem 84,09% das ações previstas no PE- PNEFA, concluídas ou em andamento, enquanto a média do bloco III é de 56,82%, considerando ainda a inclusão do Maranhão nesta média.
O bloco III, de acordo com o PE – PNEFA, é constituído pelos estados do Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Após sua apresentação, questionado durante a mesa redonda se é obrigatório o Maranhão avançar juntamente com o bloco III ou se pode avançar sozinho, o auditor Gabriel Torres afirmou que o estado pode solicitar a saída do bloco para evoluir de status sanitário. “O desdobramento de blocos embora não seja desejável, é possível. Tivemos critérios para dividir os estados. Critérios econômicos, de produção, de trânsito, então o desejável é que o bloco avance em conjunto. Porém se um estado entender que tem condições, pode acontecer”, falou o auditor, que citou o exemplo do estado de Santa Catarina, que se desmembrou dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul e em 2007 foi classificado internacionalmente como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Algumas melhorias foram apontadas para que o Maranhão avance nas recomendações que integram o PE-PNEFA como a geolocalização de apenas 40% das propriedades rurais com animais suscetíveis é um dos gargalos existentes no estado, quando o mínimo é de 70%.
A melhoria da arrecadação do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Maranhão (Fundepec-MA) e consequente aumento do saldo também foi ressaltado por Gabriel Torres. “Tem que ter um fundo privado instituído e operante, recolhendo recursos regularmente e de forma compatível com o rebanho existente”, afirmou Gabriel.
O presidente do Fundepec-MA, José Ataíde, informou que estão sendo discutidas estratégias para a melhoria da arrecadação da entidade, que atualmente é feita de forma voluntária pelos produtores rurais, quando emitem a Guia de Trânsito Animal (GTA).
Ainda como parte da programação do Ciclo de Palestras, o Auditor Fiscal Federal da Superintendência Federal da Agricultura do Maranhão (SFA), Roberto Carlos Arruda, apresentou a palestra com o tema “Estratégias para fortalecimento da vigilância após a retirada da vacina”.
O tema da palestra da Fiscal Estadual Agropecuário AGED-MA, Margarida Prazeres foi “Podemos retirar a vacina sem medo?”.
Com o tema “O impacto da condição sanitária na pecuária maranhense”, o diretor de Fomento da Ascem, Samir Nicolau, fez um panorama da pecuária no Maranhão, falando do potencial e da situação da pecuária no Maranhão e das dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais.