O indicador do boi gordo Cepea/B3, que mostra a média diária de preços por arroba à vista em São Paulo, subiu 3,6% em apenas um dia, atingindo R$ 218,95 nesta quarta-feira, 25. Esse é o nível mais alto desde meados de dezembro de 2019. Considerando a média deste ano para o indicador, já houve alta de 22,7% em relação à média do ano passado.
Diante desse cenário, o pecuarista vem se perguntando se este é o melhor momento para investir em matrizes. Para o consultor de agronegócio do Itaú BBA Cesar Castro, a resposta é positiva.
“[Mas] É importante que quem se dispor a entrar nesse negócio considere o fato de que muita gente está entrando. A gente está no pico histórico do bezerro. É natural que em algum momento mais adiante a gente tenha um reflexo disso na produção de crias e a tendência é dos preços se enfraquecerem um pouco. Eu, particularmente, estou animado com a cria no longo prazo, justamente porque a pecuária tem um futuro brilhante para o Brasil”, afirma Castro.
O analista de mercado Hyberville Neto, da Scot Consultoria, por sua vez, afirma que, em momento de alta dos preços, o produtor pode focar em melhoras de produtividade. “Eu acredito que, se o dinheiro vem de fora da pecuária, a tendência é que nos próximos anos a gente tenha um cenário mais atrativo para esse dinheiro conseguir comprar mais arrobas. Se o sistema já está rodando e investir na pecuária, melhorando esse sistema, buscando aumentar produtividade, é sempre uma opção também. Mas dinheiro de fora da pecuária está comprando menos arroba do que na média histórica atualmente.”
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço da novilha, considerando a média de quase todo o primeiro semestre de 2020, se encontra em patamar bastante elevado, considerando a média dos anos anteriores.
Comparando dados do IBGE, a Scot observou um aumento da proporção de novilhas dentro do total de fêmeas abatidas entre 2018 e 2019. Segundo o analista, isso indica uma tendências para o mercado.
Essa demanda chinesa estaria provocando impacto no mercado desde 2018, quando o país asiático teve um surto de peste suína africana, com consequente queda da produção de proteína e aumento das importações, indica Hyberville Neto.
FONTE: SITE DO CANAL RURAL.