O processo de retirada da vacina contra a febre aftosa foi um dos principais temas discutidos durante o V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa, evento presencial e virtual realizado na semana passada pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA) em parceria com o Sindicato Rural de Imperatriz.
O seminário ocorreu na sede do sindicato e foi transmitido pelo canal do youtube da educação sanitária da Aged-MA.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Maranhão (Fundepec-MA), José Ataíde, participou do fórum na sede do Fundepec-MA e assistiu às apresentações e debates. “Este é um importante espaço para discutir o papel de cada um para que o Maranhão possa avançar nas ações do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA) que tem como objetivo principal a retirada da vacinação e o Fundepec-MA vem contribuindo ao longo dos anos para este processo por meio do apoio às ações de defesa sanitária animal”, ressaltou Ataíde.
Na abertura do evento, a diretora geral da Aged-MA, Fabíola Mesquita, ressaltou que a parceria entre o poder público e o setor privado resultou em conquistas para o Maranhão. “Esta parceria proporcionou avanços do status sanitário que resultou na atual classificação de Zona Livre de febre aftosa com vacinação, mas em um processo de adequações para a retirada da vacina”, afirmou Fabíola.
Como parte do PNEFA, o Maranhão pertence ao bloco III, juntamente com os estados do Piauí, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Ainda não há previsão de quando será retirada a vacinação contra a febre aftosa nestes estados. De acordo com o PNEFA, todos as federações devem alcançar este status sanitário até o ano de 2026.
Um dos palestrantes do V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa, foi o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul, Fundesa – RS, Rogério Jacob Kerber que proferiu a palestra “Como se consegue retirar a vacina contra a febre aftosa? E o que fazer depois?”.
Ele ressaltou a necessidade do empenho e comprometimento de todos na vigilância. “É preciso que o produtor tenha um vínculo muito forte com o serviço veterinário oficial. O elo mais importante do sistema de defesa sanitária animal é o produtor que está diuturnamente com os animais e é o primeiro a dar um alerta para qualquer anormalidade”, afirmou Rogério.
Ao iniciar a palestra “Qual o impacto da transição de outros estados para o Maranhão” o presidente do Sinrural, Afonso Danda, ressaltou que era preciso mostrar o potencial do Maranhão e para isso apresentou alguns dados.
Segundo os dados apresentados por Afonso Danda, o Maranhão possui 9 milhões de cabeças de boi e 109 mil búfalos em 105 mil propriedades. 1, 87% dos produtores rurais são donos de 37% do rebanho maranhense. Cerca de 40% do rebanho se movimenta para um mercado de venda de boi gordo e garrote, sendo que 88% ficaram no Maranhão e o restante é comercializado em outros estados do Nordeste, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e outros mercados consumidores.
Afonso Danda ressaltou a necessidade de que todos se empenhem para que continue a comercialização com estas áreas e alertou que se elas conseguirem o status sanitário de Zona livre de febre aftosa sem vacinação, não será possível comercializar animais para estas localidades.
Para o presidente do Sinrural, nesta transição para a retirada da vacinação é preciso a interação entre as partes interessadas. “É preciso que o produtor rural, o grande, o médio, passe a ser um disseminador desta ideia. Temos que sair da ideia de vacinar, mas é necessário ter o cuidado de comunicar e ficar atento”, afirmou ele, ressaltando ainda que cabe à Aged ampliar a capacidade do serviço veterinário. “O governo faz a parte dele e o produtor também”, finalizou.
As palestras da chefe substituta da Divisão de Febre Aftosa do MAPA, Ana Carolina Fanhan e do professor licenciado e CEO Corb Science Solutions, Luís Gustavo Corbellini também fizeram parte da programação do V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa.