Seminário Estadual sobre Defesa Agropecuária divulga Carta de São Luís

Maranhão na Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação

Carta de São Luís

Preâmbulo

Os associados do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão (SINFA-MA), da União Nacional dos Fiscais Agropecuários (UNAFA), os representantes dos sindicatos da categoria de outros Estados da Federação, palestrantes, debatedores e convidados reuniram-se em São Luís, Capital do Estado do Maranhão, nas dependências do Auditório “Neiva Moreira”, da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (ALEMA), no 1º Seminário Estadual sobre Defesa Agropecuária (1° SEDAGRO), para abordar o tema: “Maranhão na Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação”. No encerramento, constituiu-se comissão para elaborar esta Carta de São Luís, esclarecendo a comunidade sobre a importância do status requerido pelo Estado, enumerando os procedimentos a serem adotados para o alcance da classificação sanitária e sugerindo formas para o atendimento das metas estabelecidas pelo órgão concedente da medida – o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.

À sociedade maranhense, às autoridades e aos criadores do Estado do Maranhão.

Ser Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação é fruto do trabalho integrado e colaborativo dos criadores, do poder público e da sociedade civil organizada. Disto decorre um rebanho saudável, dotado das condições sanitárias exigidas pelos mercados consumidores mais rigorosos, sejam eles internos ou externos. A condição implica na
maior competitividade do produto oferecido e, por consequência, favorece o crescimento e desenvolvimento da pecuária maranhense.

Assim, acordam os signatários desta sobre a necessidade de serem estabelecidas responsabilidades para os diversos atores do processo, a saber:

À iniciativa privada caberá:

Dar continuidade às obrigações sanitárias e intensificar a vigilância, assumindo o protagonismo do processo de forma participativa e entendendo que a saúde do rebanho e a segurança da propriedade estão sob sua responsabilidade direta; fortalecer o engajamento dos criadores, formadores de opinião, às estruturas comunitárias de apoio às ações de defesa agropecuária, por intermédio da Comissão Municipal de Saúde Agropecuária (COMUSA) no âmbito local e estadual; contribuir e fortalecer o fundo de indenização privada para os casos de emergência sanitária;reivindicar, do poder público, o investimento necessário para o fortalecimento das ações de vigilância em propriedades e locais de possível introdução do vírus da febre aftosa; e implantar novas práticas dentro da propriedade, de forma a garantir a manutenção da condição sanitária estadual, reduzindo os riscos à introdução de animais e produtos que possam veicular a doença no rebanho.

Aos veterinários autônomos e outros profissionais da área:

A estes deve competir etapa importante a ser cumprida, como atores de destaque no campo das Ciências Agrárias – sem desconsiderar o papel de outros profissionais envolvidos com a Política de Defesa Agropecuária (PDA). Caber-lhes-á a observação das diretrizes do Plano Estratégico 2017-2026, proposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A considerar, no contexto deste, o Plano Nacional de Comunicação do PNEFA – 2022, com “iniciativas educacionais e de comunicação social em saúde animal”.

Este público-gestor tem relevante papel na transição para Zona Livre sem Vacinação. Sua atuação deve concentrar-se na demonstração da importância da mudança da condição sanitária, dos benefícios dela advindos e como desenvolver esta atuação. Caber-lhes-á, pois, conscientizar sobre a substituição da vacina por ações de vigilância, buscando evoluir na condição sanitária.

Caberá ao poder público:

Orientar os criadores; verificar o cumprimento das normas sanitárias; fomentar o engajamento e a sensibilização do criador quanto às responsabilidades em relação à manutenção da condição sanitária alcançada; desconstruir a visão distorcida (caráter policialesco) da classe produtora em relação à ação de vigilância/fiscalização da AGED
(no caso do Maranhão); fortalecer a Coordenação de Educação Sanitária, com o fim de construir imagem de parceria com os criadores; incentivar, educar e sensibilizar os criadores acerca da nova condição sanitária do Estado e de seu importante papel nesta etapa; direcionar e intensificar a vigilância, baseada em risco, em propriedades, divisas entre Estados e pontos de possível introdução e disseminação do vírus da febre aftosa; e promover periódicas oficinas de capacitação e regulares revisões remuneratórias, destinadas a reconhecer e valorizar o trabalho dos agentes da atividade.

À sociedade:

Cobrar as ações dos agentes públicos e privados; reconhecer e notificar às autoridades sanitárias os casos suspeitos de febre aftosa; trabalhar como agente disseminador das ações governamentais em relação à sanidade do rebanho; ser a entidade reguladora do mercado.

Benefícios da zona livre sem vacinação

Estabelecida a nova condição sanitária, à classe produtora, independente da grandeza do seu rebanho, se abrirão perspectivas de amplo mercado, fortalecendo toda a cadeia produtiva da pecuária. Atendidas as exigências dos novos mercados, a economia do Estado se agigantará, pois será beneficiada pelos investimentos paralelos.

Reconhecidamente, o novo cenário proporcionará melhoramento genético do rebanho, expansão da criação, diminuição dos custos de produção na pecuária,aumento nos lucros, apenas para destacar os ganhos mais evidentes.

O poder público animar-se-á pela parceria público-privada no setor, verá elevada a receita oriunda do setor primário e registrará ganhos com o fortalecimento da Agroindústria.

Para a sociedade haverá novas frentes de trabalho (oportunidade de emprego e renda) e a garantia de alimento seguro, saudável e de qualidade na mesa.

São Luís (MA), 16 de junho de 2023.

Fonte: sinfa.org.br

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