Com diversas bacias hidrográficas, um extenso litoral, pecuária de boa qualidade genética e grande produtor de grãos, o estado do Maranhão vem se destacando cada vez mais no setor do agronegócio. A demanda das diversas cadeias produtivas, como a pecuária e de grãos, tem movimentado alguns segmentos empresariais, dentre eles, o comércio de insumos agropecuários no Maranhão.
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA) possuem registro no órgão, 522 estabelecimentos comerciais e 36 registros de empresas prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos.
Os estabelecimentos que vendem insumos agropecuários impactam fortemente em todos os outros segmentos das cadeias produtivas como o da produção, processamento, distribuiçao/logistica e comercializaçao. E ao mesmo tempo pode ser impactado por algum problema que ocorram nas mesmas.
Um desses problemas por exemplo é a sanidade animal para o qual o Maranhão tem voltado todos os esforços para controle e erradicaçao da febre aftosa.
O Estado é classificado como Zona livre de febra aftosa com vacinação desde 2013 e a previsão é de que em 2022 avance para o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que estava previsto para este ano, mas foi adiado por conta da pandemia.
Márcio Vieira Brasil, diretor da Terra Zoo, conceituada empresa que até o ano de 2005 atuava no mercado com o nome de Casa do Fazendeiro e possui 6 lojas em São Luís e uma loja na cidade de Imperatriz, ressalta a importância da erradicação da febre aftosa para a abertura de novos mercados. “É de conhecimento geral a magnitude da importância da erradicação da febre aftosa para aumentar a aceitação e penetração da carne brasileira no mercado internacional. O Fundepec-MA tem papel fundamental no avanço do Maranhão ao status de estado livre, atualmente com vacinação, e futuramente sem vacinação, da febre aftosa. Sem o suporte financeiro e técnico que tem dado ao longo dos últimos anos, o momento que estamos vivendo hoje não teria sido atingido”, afirmou ele.
O Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão foi essencial na manutenção do foco zero de febre aftosa, contribuindo com as ações de defesa sanitária desenvolvidas pela Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), que culminaram na atual classificação sanitária.
José de Jesus Reis Ataíde, presidente do Fundepec-MA, ressaltou que além da parceria com a Aged nas ações de combate e erradicação da febre aftosa e na implantação e manutenção do Sistema de Integração Agropecuária (Siapec), ferramenta que assegura toda a funcionalidade do órgão, os recursos do Fundo também apoiaram o controle da brucelose com aquisição de vacinas e realização de campanhas de vacinação, o controle da tuberculose com a aquisição de antígenos, e ainda o apoio ao Curso de Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal do Curso de Veterinária da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) na formação de técnicos da Aged e ao Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando.
De acordo com dados da Aged-MA, coletados durante a primeira fase da Campanha de vacinação contra a febre aftosa, realizada nos meses de junho e julho de 2020, o rebanho de bovinos do Maranhão é de 8.919.217 animais, sendo a região de Açailândia a que concentra o maior número de bovinos com 1.154.142 cabeças, seguida de Imperatriz, que possui 1.424.011 animais.
Grãos
Segundo o Boletim: Perfil da Agropecuária Maranhense, elaborado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), os três maiores produtores agrícolas, considerando lavoura temporária, permanente e silvicultura, em 2018, foram os municípios de Balsas, Tasso Fragoso e Açailândia.
Dados divulgados em dezembro pelo Instituto Maranhense de Estudos Sócio Econômicos e Cartográficos (Imesc), apontaram que a produção maranhense de grãos estimada para o ano de 2020 era de 5,4 milhões de toneladas, um aumento de 9,1% comparado à safra de 2019.
Os dados do Censo Agropecuário (IBGE, 2017), mostram para o estado do Maranhão um total de 219.765 Estabelecimentos Agropecuários.
Baseado nestas informações, o Zoneamento Agroecológico do Maranhão aponta que os municípios que concentram o maior número de estabelecimentos agropecuários são: Codó (4.808), Caxias (4.567), Chapadinha (4.314), Grajaú (3.216) e Pedro do Rosário (3.130).
Márcio Brasil afirmou que, como todo segmento do comércio, a distribuição e logística são essenciais para fazer os produtos chegarem das fábricas até o consumidor final.” Na cadeia de suprimentos do agronegócio, as casas agropecuárias encontram-se em papel essencial de fazer chegar até o produtor rural de médio, pequeno e mini portes, produtos indispensáveis para obter boa produtividade e qualidade. Sem as casas agropecuárias, as vacinas, medicamentos, herbicidas, sementes e outros insumos não estariam tão próximos das fazendas”, avaliou.
Em relação aos insumos agropecuários, ele percebeu um crescente interesse dos produtores rurais por produtos destinados ao aumento da produtividade e redução de custos.”Os produtos de maior destaque são os endo e ectoparasiticidas de última geração”, informou.
Em entrevista concedida no ano passado ao site do Fundepec-MA, o secretário da Sagrima, Sérgio Delmiro, ressaltou que a cada dia o Maranhão vem se consolidando como a melhor alternativa de exportação do arco norte, principalmente para os produtos do agro, como soja, milho e celulose. “Com um nível alto de investimentos no Porto do Itaqui, foi duplicada a capacidade de movimentação de grãos, devendo chegar a 19 milhões de toneladas/ano, com exportações que vão principalmente para China e Europa. Retomamos os trabalhos de cabotagem o que ajuda a dar continuidade no projeto de fortalecimento de outras cadeias produtivas a fazerem uso da estrutura de container do porto”, afirmou Sérgio durante a entrevista.