Fórum de vigilância contra febre aftosa reúne lideranças sindicais da agricultura familiar.

A previsão é de que a retirada da vacina contra a febre aftosa no Maranhão aconteça no ano de 2023. A informação foi repassada pelo chefe de Divisão da Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego Viali dos Santos, durante o Fórum de Vigilância Contra Febre Aftosa para agricultores familiares realizado na manhã desta quarta-feira (24).

Para que isso aconteça, Diego Viali alertou durante a sua palestra, que é necessário manter a alta taxa do índice de cobertura vacinal durante as campanhas de vacinação que serão realizadas este ano e em 2022 e ampliar as medidas de prevenção da doença. “Com a retirada da vacina, é preciso que os produtores fiquem atentos, como por exemplo, em relação à origem dos animais das suas propriedades”, ressaltou Diego Vialli.
O Fórum de Vigilância Contra Febre Aftosa para agricultores familiares, transmitido pela TV Fetaema, foi realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA) em parceria com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema) e o apoio das instituições que compõem a equipe gestora do Maranhão do Plano Estratégico de Erradicação da Febre Aftosa (EGEPE/MA) da qual o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec-MA) faz parte.

O presidente do Fundepec-MA, José de Jesus Reis Ataíde, acompanhou o evento. “O Fórum foi uma excelente oportunidade que os agricultores familiares tiveram para ter conhecimento da importância da sua participação neste processo do qual o Fundepec-MA faz parte para que o Maranhão se torne Zona Livre de Febre Aftosa sem vacinação”, avaliou Ataíde.

Participaram do evento representantes de diversas regiões do Maranhão, principalmente as lideranças sindicais. “Este evento é muito importante para dar visibilidade das ações aos agricultores familiares porque fortalece a importância de se realizar a prevenção e a sanidade dos animais”, afirmou a presidente da Fetaema, Ângela Maria Silva.
A abertura do evento foi feita pela diretora geral em exercício da Aged-MA, Antônia Lúcia Malheiros, que colocou a estrutura da Aged à disposição dos agricultores familiares e desejou um bom evento a todos.
Além de Diego Vialli, a responsável pelo PNEFA na Aged-MA, Margarida Prazeres, também proferiu uma palestra e destacou a importância da participação dos agricultores familiares para que o Maranhão seja classificado como zona livre de febre aftosa sem vacinação. “Precisamos ficar atentos e cumprir todos os requisitos, mantendo a cobertura vacinal”, afirmou Margarida.

Para contextualizar a importância da participação do agricultor familiar, Margarida Prazeres informou que o rebanho maranhense de bovinos e bubalinos é de 9,2 milhões de animais e existem 106 mil propriedades, sendo que destas, 51,57% correspondem a propriedades que possuem menos de 20 animais, o que equivale a aproximadamente 53 mil propriedades. “E temos 14% das propriedades com mais de um produtor criando de forma conjunta, que são os assentamentos, os quilombolas, povoados e outros, ou seja, criam os animais de forma coletiva”, afirmou a médica veterinária.
Dos 127 mil produtores maranhenses, 54,64% possuem menos de 20 cabeças de gado.
Encaminhamentos
Participaram do evento virtual cerca de 200 agricultores e mais de 100 pessoas acompanharam o evento pelo Youtube e redes sociais.
Um dos participantes foi o professor Clóvis Tadeu Rabelo Improta, um dos docentes do Curso de Doutorado Profissional em Defesa Sanitária Animal da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), que tem o apoio do Fundepec-MA. “O produtor tem que se sentir parte do trabalho e precisa ser vigilante do serviço de defesa sanitária”, ressaltou ele durante sua participação.

Após as palestras e esclarecimentos das dúvidas pelos participantes, foram feitos alguns encaminhamentos, como a realização de ações para minimizar a inadimplência dos agricultores com a vacinação, a construção dos grupos comunitários para capacitar vacinadores, confecção de material de educação sanitária e comunicação no combate à febre aftosa voltada para os agricultores familiares e valorização do sindicato nesse processo de parceria para traçar as estratégias e atingir as metas.

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