Expedição vai mapear 40% dos confinamentos brasileiros.

Começou no último dia 21 de junho e segue até 24 de setembro, uma expedição que visa mapear 40% dos confinamentos brasileiros. O Confina Brasil 2021, realizado por especialistas da Scot Consultoria, está na segunda edição e pretende visitar 120 propriedades responsáveis pela terminação de mais de 2 milhões de bovinos em confinamento.

As visitas vão envolver 14 estados e se propõe a conhecer de perto a atividade de produção de carne bovina no país. Os dados colhidos serão analisados in loco nas fazendas visitadas. São informações de manejo, gestão, índices zootécnicos, infraestrutura, nutrição e sanidade, entre outros fatores de produção. A equipe é formada por engenheiros agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas da equipe da Scot Consultoria, todos especialistas em pecuária.

Na primeira edição, em 2020, foram visitadas 118 propriedades em 5 estados, responsáveis por 30% do gado confinado do país ou 1,66 milhão de cabeças. O Portal Agrolink conversou com Alcides Torres, diretor-fundador da Scot Consultoria, sobre a edição de 2021.

Portal Agrolink: como vai ser a avaliação neste ano, que lugares, quantas propriedades?

Alcides Torres: o Confina Brasil visitará propriedades que, juntas, somam 2 milhões de bois – 40% do rebanho confinado, em 14 estados (PR, SC, RS, RO, MT, PA, TO, BA, MG, ES e RJ). Pela primeira vez, o estado do Rio Grande do Sul participará da expedição e passará por 15 cidades (Viamão, Alto Feliz, São Lourenço do Sul, São Sebastião do Cai, Farroupilha, Capão do Leão, Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, São Sepé, Uruguaiana, Santiago, São Borja, Santa Barbara do Sul, Chapada e Frederico Westphalen) em 19 propriedades.

Portal Agrolink: qual o objetivo deste ano em comparação com o ano passado?

Alcides Torres: a iniciativa se propõe a conhecer de perto esse movimento fantástico no campo, responsável pelo aumento da oferta de carne bovina que atende à crescente demanda global. A pecuária intensiva é a expressão da evolução da atividade tanto em produção como em produtividade.

Portal Agrolink: que resultados tivemos na primeira edição?

Alcides Torres: em 2020, nas rotas de expedição que avaliaram o confinamento e semiconfinamento, passamos por cinco estados (MG, MT, MS, GO e SP), avaliando, também, os processos envolvidos na atividade: gestão, manejo, sanidade, nutrição, logística, produção de alimentos, sustentabilidade e automação. Foram visitadas 165 propriedades em 60 dias, atingindo a marca de 1.910.931 cabeças confinadas em 2020, o que representa quase 30% do total de animais terminados em confinamento no Brasil.

De confinamentos foram visitadas 112 propriedades, com um total de 1.663.062 cabeças, e 43 propriedades de semiconfinamento, com 247.869 cabeças. Esse volume de bovinos confinados corresponde a um aumento de 21,1% em relação a 2019 e esse universo representa cerca de 30% do total de animais terminados em confinamento do Brasil. Em volume, no universo pesquisado, São Paulo representou 34,3% do rebanho confinado, Goiás 25,9%, Mato Grosso 20,8%, Minas Gerais 11,0% e Mato Grosso do Sul 8,0%. As médias dos indicadores zootécnicos declarados pelos confinadores foram:

• idade de entrada para confinamento com 21,6 meses

• período de confinamento de 108 dias

• ganho diário de 1,547 kg/cabeça/dia

• consumo de matéria seca de 10,8 kg MS/cabeça/dia

• rendimento de carcaça de 55,6%.

Analisando os custos de confinamento, apuramos um custo médio de R$1.044,98 por cabeça, levando-se em conta um confinamento de 108 dias. Ao fracionar esse custo, a dieta representa 84,6% do custo total, 14,5% são referentes a custos operacionais e 0,9% são dedicados à sanidade. As práticas de bem-estar têm sido levadas a sério, sendo que 94,8% adota pelo menos algum tipo de manejo ligada a essa preocupação. A maior parte dos produtores se preocupam com os prejuízos causados por poeira, lama e insolação e, portanto, adotam alguma técnica para se evitar essas condições.

Portal Agrolink: o que pode ser feito de posse desses dados. Podem fornecer suporte para a atividade?

Alcides Torres: os dados são enriquecedores para o setor, com a oportunidade de conhecer a fundo os desafios e as necessidades do produtor.

Portal Agrolink: com base na primeira edição é possível traçar um perfil da pecuária de confinamento no país?

Alcides Torres: a produção de carne está cada vez mais sendo complementada com sistemas intensivos de produção. A prática do confinamento por si ou associada a semiconfinamentos aumenta anualmente. O crescimento do volume de bovinos confinados de 2018 a 2020, foi 34,5% em toda a amostra. São Paulo, entre todos os estados, foi o que mais cresceu (45,2%).

FONTE: SITE AGROLINK.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *