A inclusao do segmento de carne e derivados ao Serviço de Inspeção Estadual (SIE) pela Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA) para adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) é uma excelente oportunidade para que os frigoríficos maranhenses possam conquistar novos mercados consumidores fora do estado.
Na avaliação do presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Maranhão (Fundepec-MA), José de Jesus Reis Ataíde, esta medida beneficia muito os produtores rurais, pois o Maranhão possui um rebanho de cerca de 9 milhões de bovinos e a atividade da pecuária está cada vez mais fortalecida, tanto em relação ao gado de corte quanto ao gado de leite.
José Ataíde ressaltou que a parceria com a Aged-MA nas ações de defesa sanitária animal, bem como os projetos apoiados pelo Fundepec-MA, tais como o de melhoramento genético, os cursos de mestrado e doutorado profissional em defesa sanitária animal e outros, fazem parte da estratégia da entidade em fortalecer o setor pecuário maranhense “Estas e outras ações proporcionam um plantel geneticamente bom e sadio, características fundamentais para atingir novos mercados, o que influencia em toda a cadeia produtiva da carne, leite e seus derivados”, avaliou José Ataíde.
Desde 2019, o Maranhão obteve o reconhecimento conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio da Portaria nº 274, de equivalência do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ao SISBI-POA. O segmento de leite e derivados foi o primeira a ser incluído ao Sistema. Em dezembro de 2020, o Mapa ampliou para o setor cárneo.
O Maranhão possui três estabelecimentos do segmento de leite e derivados habilitados a terem os produtos comercializados em todo o Brasil, sendo um na capital e dois na região Tocantina.
E a abertura de novos mercados para estes estabelecimentos após a adesão ao Sisbi já é uma realidade para a empresa Doce Pioneiro. “Vale muito a pena aderir ao Sisbi. Antes nós vendíamos queijo e manteiga para Imperatriz e região e agora estamos comercializando também em Teresina e Belém”, comemorou o proprietário da empresa, Renato Gomes Vieira. “Já estamos com outra empresa elaborando o projeto para nos transformarmos também em Sisbi”, complementou ele.
No caso do proprietário do Laticínio Beatriz, localizado em Vila Nova dos Martírios, Nereu Rodrigues de Sousa, ele está buscando mais fornecedores de leite para aumentar a captação do produto, que atualmente é de cerca de 12 mil litros/mês, para 20 mil litros/mês. “Estamos negociando as vendas com fornecedores do Ceará e Brasília, mas para atender estes novos mercados precisamos aumentar a captação de leite para o laticínio”, explicou ele.
A médica veterinária que é responsável técnica do Laticínio Beatriz, Maria do Socorro Tenório Rolim, informou que cerca de 90% da produção de leite na região tocantina é destinada à produção de queijo. “A adesão ao Sisbi é uma grande vantagem porque amplia o comércio em outros estados e é um incentivo para o crescimento do mercado”, avaliou Maria do Socorro.
De acordo com a Aged-MA, atualmente existem 35 estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), sendo 20 estabelecimentos de produção de leite e 07 abatedouros frigoríficos de bovinos.
Abatedouros e frigoríficos.
Em janeiro, a equipe técnica da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged/Ma) promoveu uma reunião com proprietários e responsáveis técnicos de abatedouros e frigoríficos para tratar sobre o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) e as vantagens de aderir ao serviço.
O principal objetivo da reunião promovida pela Aged foi de esclarecer as dúvidas dos empresários do setor para fazer a adesão ao SISBI, além de expor o passo-a-passo necessário para solicitação do Serviço.
A Diretora de Defesa e Inspeção Sanitária Animal da Aged-MA Tânia Duarte, informou que o próximo passo fica por conta dos empresários, que precisam fazer a solicitação e cumprir pré-requisitos importantes, como a implantação dos Programas de Autocontrole (PAC), que são necessários para assegurar a inocuidade, a qualidade e a integridade dos alimentos.
