PIB DO AGRONEGÓCIO PECUÁRIO BRASILEIRO 2018 – CEPEA/ESALQ/CNA
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da ESALQ/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), fechou 2018 com resultado praticamente estável na comparação com o ano anterior, com leve recuo de 0,01%.
Entre os segmentos, insumos (12,40%) e indústria (1,66%) apresentaram altas no ano, enquanto primário (-2,10%) e agrosserviços (-1,25%) recuaram. Já em dezembro, apenas insumos registrou crescimento (1,33%), verificando-se baixa nos demais: -0,20% primário, 0,19% indústria e -0,14% serviços.
Na bovinocultura de corte, o crescimento no faturamento anual se deve ao aumento nos preços, de 1,31%, e, principalmente, à maior produção no ano (+3,56%). De acordo com a equipe Boi/CEPEA, o setor enfrentou problemas em 2018 com a demanda interna enfraquecida. Porém, a alta das exportações no segundo semestre para volumes recordes e a necessidade de aquisição de lotes de animais com características diferenciadas – para suprir nichos de mercados e/ou demandas mais urgentes – alavancaram o preço da arroba em certos momentos de 2018.
INFORMAÇÕES DA CADEIA PRODUTIVA DE BOVINOCULTURA DE CORTE
O Estado do Maranhão possui o 12º maior rebanho bovino do país e o segundo maior rebanho bovino do Nordeste com efetivo bovino de 7.576.806 e bubalinos 83.490; (Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão – AGED-MA 2016).
Dentre as raças de maior produção no Estado destacam-se: nelore e/ou mestiça de nelore, gir e guzerá, que são criadas em regime exclusivo de pastagens, acrescido de sal mineral, sendo as pastagens mais cultivadas o Brachiarão (Brachiaria brizantha), Mombaça (Panicum maximum), Massai (Panicum infestum), Brachiaria (Brachiaria ssp) e Andropogon (Andropogon gayanus).
As regiões do Estado onde estão concentradas as maiores produções de bovinos de corte e raças são: Tocantina, Chapada das Mesas, Carajás e Gerais de Balsas (raças nelore, gir, tabapuã, guzerá e girolando); Mearim, Pindaré e Alto Turi (raças nelore, tabapuã, brahman e mestiços com outras raças); Serras (nelore e mestiços – canchim, tabapuã, red angus).
A principal atividade da produção nas regiões Tocantins, Chapada das Mesas, Carajás, Gerais de Balsas, Mearim, Pindaré e Alto Turi é a cria, recria e engorda, enquanto que apenas na região das Serras a principal atividade é de cria e recria.
A Cadeia Produtiva da Carne com o grande potencial de expansão da produção estadual, é uma das 10 Cadeias Produtivas priorizadas pelo Sistema Estadual de Produção e Abastecimento (SEPAB), estratégia criada pelo Governo do Estado que envolve várias Secretarias de Estado do setor produtivo.
Por isso, o Governo do Estado em parceria com empresários e produtores está desenvolvendo uma série de trabalhos no sentido de mapear e propor políticas públicas focadas no fortalecimento e adensamento da Cadeia Produtiva da Carne no Maranhão. O objetivo é elevar a produtividade, industrializar a produção e valorizar a vocação produtiva local com estímulo ao pequeno e médio produtor rural.
Apesar de já se observar representantes dos diversos segmentos da cadeia produtiva fazendo uso de inovações tecnológicas, tornando a atividade mais competitiva e referência para os demais, ainda assim encontram-se necessitando principalmente de melhorias nos aspectos gerenciais e genético, garantindo-lhes a manutenção e a continuidade da atividade atraente em termos econômicos.
O Estado em pouca proporção é abastecido de carne bovina na capital e nas cidades sedes dos maiores municípios por carne congelada de grandes frigoríficos nacional.
A comercialização dos animais é feita nas áreas de produção diretamente entre os compradores (marchantes, frigoríficos e pecuaristas que fazem recria e engorda) ou em feiras e leilões semanais (animais para recria e engorda) como ocorre nas regiões: Tocantins, Chapada das Mesas e Carajás.
Na região das Serras os animais estão sendo vendidos (para recria e engorda) para os Estados do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste do país e o Estado do Pará, sendo os compradores responsáveis pelo transporte dos animais.
Com relação ao abate e comercialização de carne o Estado do Maranhão tem frigoríficos habilitados para exportação com tecnologia avançada para atender ao mercado internacional. Entretanto, é deficitário de abatedouro e frigoríficos com produção para o mercado local, o que torna o consumo de carne de origem clandestina um grave problema.
A situação atual dos abatedouros no Estado é a seguinte: a) matadouros municipais – 109 (cento e nove) e b) iniciativa privada 21 (vinte e um) – que funcionam em desacordo com a Legislação específica e sem Serviço de Inspeção Municipal – S.I.M.
Por outro lado, 02 (dois) matadouros municipais e 23 (vinte e três) da iniciativa privada que funcionam com o S.I.M, porém em desacordo com a Legislação. 81 (oitenta e um) municípios que não possui abatedouro.
Há no Estado em funcionamento 03 (três) abatedouros frigoríficos de iniciativa privada com registro no Serviço de Inspeção Federal – S.I.F, localizados nos municípios de Imperatriz, Igarapé do Meio e Timon, todos habilitados para exportação. Estes empreendimentos recebem animais da raça nelore e mestiços de todos os municípios do Estado e também dos Estados do Pará e Tocantins, possuem capacidade de abate de 2.120 animais/dia e abatem diariamente em média 1.980 animais com peso médio de carcaça de 240kg e comercializam seus produtos (congelado e resfriado), para os supermercados, açougues e distribuidoras nos Estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e ainda são exportados para o mercado asiático pelo porto de Santos-SP e Pecém – CE.
Embora o Estado tenha o Complexo Portuária do Itaqui, localizado no município de São Luís, que já opera com exportação do gado em pé, necessita de melhorias das condições para exportação da produção da carne, pois não tem estrutura de terminal para conteineres frigoríficos necessária para operações de exportação não só da produção do nosso Estado como os provenientes dos demais Estados da federação, sobretudo do corredor Centro-Oeste.
Mais recentemente, dois abatedouros de pequeno porte da iniciativa privada obtiveram registro no Serviço de Inspeção Estadual – S.I.E. Um deste abatedouro localizado na região do Baixo Munim com sede no município de Axixá- MA, comercializa a produção para os municípios de Icatú, Morros, Axixá, Cachoeira Grande, Presidente Juscelino e Rosário, beneficiando diretamente 128.903 habitantes, atingindo um percentual de 1,96% da população do Estado. Outro estabelecimento localizado na região do Delta do Parnaíba, com sede no município de São Bernardo, comercializa para os municípios de ÁAgua Doce do Maranhão, Araioses, Magalhães de Almeida, Milagres do Maranhão, Santa Quitéria do Maranhão, Santana do Maranhão, Brejo e Tutóia, beneficiando 199.965 habitantes de carne segura, ou seja, 3,04% da população do Estado.
Os municípios da Região da Ilha de São Luís (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar) o abastecimento é feito por grandes frigoríficos nacionais, onde são beneficiados diretamente 1.306.029 ha (um milhão trezentos e seis mil e vinte e nove habitantes), ou seja, 19,88% da população do Estado.
Os oito municípios com população urbana (Imperatriz, Caxias, Timon, Codó, Açailândia, Bacabal, Balsas e Barra do Corda), e com estrutura de supermercados capaz de fornecer carne inspecionada, equivale a 849.434 habitantes, ou seja, 12,91% da população do Estado. Podemos concluir que 62.21% da população estadual faz uso de carne de origem clandestina.
No Estado encontram-se construídos nos municípios de São João dos Patos, Colinas, Cantanhede, São Luís Gonzaga do Maranhão, São Bento, Guimarães e Porto Franco 6 (seis) abatedouros necessitando de adequação da estrutura física e de equipamentos para que passem a funcionar, inclusive como abatedouros regionais, o que elevaria as condições sanitárias da carne consumida.
O Maranhão tem um grande potencial de crescimento da pecuária e apresenta características que sustentam este crescimento, tais como: produzir carne em pastagem conforme demanda mundial e a sua situação geográfica facilitando a exportação.
No entanto, há urgência da organização do segmento de produção, passando pela adoção de novas tecnologias, melhoria da pastagem e da genética do rebanho, além da melhoria da infraestrutura viária, aumentando o efetivo bovino e dessa forma atraindo para o Estado a implantação de mais empreendimentos.
No ranking nacional da carne, o Maranhão se posiciona como:
- 2º maior rebanho do Nordeste;
- 12º lugar de rebanho bovino – 7,6 milhões de cabeças;
- 13º maior exportador de couro do país;
- Um dos maiores Polos Coureiros do Norte/Nordeste.
Dentre as ações desenvolvidas no estado destacam-se:
- Implantação de 9 Unidades de Integração Lavoura – Pecuária – Floresta;
- 250 propriedades assistidas pelo SENAR em Assistência Técnica e Gerencial;
- Inauguração do Frigorifico GBOI, em São Bernardo, com Serviço de Inspeção Estadual S.I.E. O frigorífico tem a capacidade de abater em torno de 400 gados para fornecer para a região e com a possível expansão para regiões vizinhas, produzindo alimento de qualidade e inspecionado, geração de emprego, desenvolvimento e é uma nova perspectiva para o consumo de carne animal para região do Baixo Parnaíba;
- Inauguração do Frigorifico Lopes, em Tutóia, com capacidade para abater 96 animais/dia, produzindo alimento de qualidade e inspecionado, geração de emprego, desenvolvimento e é uma nova perspectiva para o consumo de carne animal para região dos Lençóis Maranhenses;
- Exportação de boi em pé pelo Porto do Itaqui. Sendo que as primeiras operações de exportação de boi vivo no estado foram realizadas em 15 de novembro de 2016. Desde então, um total de cinco embarques foram realizados para as empresas Minerva e Agroexport, totalizando 26 mil cabeças exportadas, aproximadamente.