PIB DO AGRONEGÓCIO PECUÁRIO BRASILEIRO 2018 – CEPEA/ESALQ/CNA
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da ESALQ/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), fechou 2018 com resultado praticamente estável na comparação com o ano anterior, com leve recuo de 0,01%.
Entre os segmentos, insumos (12,40%) e indústria (1,66%) apresentaram altas no ano, enquanto primário (-2,10%) e agrosserviços (-1,25%) recuaram. Já em dezembro, apenas insumos registrou crescimento (1,33%), verificando-se baixa nos demais: -0,20% primário, 0,19% indústria e -0,14% serviços.
Quanto ao mercado de aves, para corte, o aumento no faturamento refletiu o crescimento dos preços, em 4,07%, e a ligeira queda de 0,70% na produção em 2018. De acordo com a equipe Frango/CEPEA, o período foi marcado por elevação nos preços de importantes insumos, como milho e farelo de soja, e por restrições à carne de frango brasileira no mercado internacional. Esse cenário resultou em quedas nos preços no primeiro semestre. Já na segunda metade do ano, observou-se recuperação nos valores para o animal vivo, diante da diminuição na produção.
Informações da Cadeia Produtiva da Avicultura Industrial no Maranhão
O Estado do Maranhão já alcançou importantes avanços na Cadeia Avícola Industrial no Maranhão. Com a criação da Lei Nº 10.301, de 27 de AGOSTO de 2015 de incentivo do Programa Estadual MAIS AVICULTURA, que dispõe sobre tratamento tributário aplicável à cadeia produtiva da avicultura, as empresas aqui implantadas já responderam positivamente e demonstram que estão alinhadas com esta nova política.
Em 2014 foram produzidos 3 milhões de frangos/mês, em 5 unidades produtoras instaladas, comercializando apenas o frango vivo. Observava-se que muitos elos da cadeia eram oriundos de outros estados como os pintos de 1 dia e ovos férteis. Contudo, com a criação da Lei foram anunciados e já estão em implantação investimentos na ordem de R$ 380 milhões, o que estará possibilitando a verticalização da Cadeia Produtiva em nosso Estado.
Em 2015 já tivemos um acréscimo de 17% na produção de frangos/mês com 3,5 milhões de aves/mês e 5 empresas do setor já aderiram ao Programa MAIS AVICULTURA.
Seguem abaixo informações relevantes sobre as empresas/agroindústrias que integram o Programa MAIS AVICULTURA:
- FRANGO AMERICANO
- Investimentos de R$ 140 milhões até 2018;
- Abatedouro Industrial com capacidade para 120 mil aves/dia (2018/2019 em terraplanagem), localizado em Coroatá;
- Fábrica de Ração em Vargem Grande inaugurada no 1º semestre de 2017 e em fase de testes;
- Aumento da produção de aves com granjas próprias e integradas;
- Modernização e diversificação da fábrica de ração em São Luís, que possibilitará atender outras Cadeias Produtivas, além da Avicultura.
- NOTARO ALIMENTOS
- Investimentos de R$ 172 milhões até 2018;
- – Abatedouro Industrial com capacidade para 150 mil aves/dia (2018/2019), localizado em Balsas;
- Implantação da Fábrica de Ração ao final de (em) 2014;
- Implantação do Matrizeiro em 2015 e do Incubatório em 2016, constituindo-se como novos elos da Cadeia Produtiva no Estado;
- Granjas próprias e integradas desde 2017.
- BONASA ALIMENTOS
- Investimentos de R$ 3,5 milhões;
- Construção de 10 novos aviários;
- Aumento da produção.
- GAMA AVICULTURA
- Investimentos de R$ 14,5 milhões até 2018;
- Aumento da produção;
- Construção de 10 novos aviários;
- Construção de Fábrica de Ração até em 2018.
- CANINDÉ FRANGOS
- Investimentos de R$ 6,9 milhões;
- Implantação de Abatedouro Industrial com capacidade de até 18.000 aves/dia, com Serviço de inspeção Estadual. Inauguração em julho 2017, no município de Capinzal do Norte.
- AGRONOR
- Investimentos de R$ 35 milhões até 2018;
- Implantação do Incubatório com capacidade para 557 mil incubados/mês, inaugurado em 2016;
- Expansão da Fábrica de Ração;
- Granjas próprias.
- Abatedouro Industrial com capacidade para 80 mil aves/dia, construído em 2017/2018, no município de Igarapé do Meio.
- NOVO HORIZONTE
- Investimentos de R$ 8 milhões até 2018;
- Projeto para Construção de 20 novos aviários.
- GRUPO CEARÁ ALIMENTOS
- Investimentos de R$ 4 milhões;
- Construção de Abatedouro Industrial com capacidade 12 mil aves/dia no município de Açailândia.
Observa-se como oportunidades atualmente com o desenvolvimento e adensamento da Cadeia Produtiva de Avicultura de Corte que com a implantação de novos empreendimentos em vários segmentos, inúmeros trabalhadores maranhenses que estavam em outros Estados têm retornado para trabalhar nesses empreendimentos que se instalaram e/ou expandiram no Estado, gerando emprego e renda no campo.
Para formação de mão de obra especializada, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) implantou no Instituto de Educação do Maranhão – IEMA, em Coroatá, o Curso Técnico de Zootecnia com habilitação em Avicultura e duração de 2 anos.
Além disso, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) está licitando o pátio de Contêiner com infraestrutura elétrica para receber cargas refrigeradas já em alinhamento com as indústrias que irão exportar.
Por outro lado, outros investimentos estão sendo prospectados e encontram-se em fase de negociação para suas inclusões no Programa MAIS AVICULTURA.
Dentre outras oportunidades encontradas nesta Cadeia Produtiva, destacam-se:
- Utilização da cama aviária em projetos da Cadeia Produtiva de hortifruticultura;
- Sinergia horizontal do processo produtivo tem possibilitado que as plantas instaladas no estado maximizem suas produções, compartilhando estruturas já instaladas. Exemplos:
- A empresa GAMA passou a adquirir parcela de sua demanda de pintos de um dia da planta da empresa AGRONOR;
b) Por sua vez, a AGRONOR iniciou tratativas visando adquirir ovos férteis do matrizeiro da NOTARO.
- Aquisição de insumos diretamente no Maranhão, tais como:
Grãos: Soja e Milho;
Farelo de Soja e Trigo;
Farelo de Carne;
Pinto de 1 dia;
Ovos Férteis.
Existem também oportunidades de investimentos para que sejam atendidas as demandas das indústrias em instalação no Maranhão, necessárias aos investimentos em aviários para engorda. Estima-se a necessidade de mais de 200 novos aviários no entorno das indústrias. Para isso, destacam-se: Aviários, Medicamentos, Equipamentos, Embalagens, Abatedouros, Incubatórios e Matrizeiros
A Cadeia Produtiva Avícola no Maranhão destaca-se pelo elevado potencial de geração de renda e empregos, bem como recursos pelos seguintes números:
- Produção de 10,5 milhões de aves/mês até 2018;
- Geração de 30 mil empregos diretos e indiretos;
- Oferta de crédito articulada pelas instituições financeiras para a expansão da Cadeia;
- Recursos do Fundo Maranhense de Combate à Pobreza – FUMACOP, foram aplicados até 2017, na Cadeia da Avicultura Industrial R$ 600 mil reais na capacitação de técnicos da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Maranhão – AGED, aquisição de equipamentos, possibilitando o controle e fiscalização na entrada de aves oriundas de outros Estados.
Um aspecto importante da Cadeia Produtiva Avícola é a sua governança, na qual existe uma forte estrutura de interlocução permanente entre os empresários dos diferentes segmentos e o Poder Público estadual por meio do Conselho Empresarial do Maranhão – CEMA, órgão colegiado com representação empresarial e pública. Além do aparato legal instituído para fortalecimento do agronegócio maranhense.
Por fim, registramos como destaque entre os entraves, a ausência de barreiras fiscais e sanitárias para aves vivas oriundas de outros estados.
- Informações da Cadeia Produtiva de Aves Caipira no Maranhão
No Maranhão, no território dos Cocais, 600 famílias são beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria – PBSM, onde um número considerável de agricultores aplicou o fomento produtivo na criação de aves caipira de corte e ficaram impossibilitados de comercializarem para os Programas de Comercialização do Governo atualmente em vigor – Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, bem como as entidades de cunho social, contempladas com benefícios de auxílio à alimentação do Governo Federal em virtude de dificuldades em adequar seus produtos de acordo com a legislação sanitária vigente.
A produção média anual desses agricultores gira em torno de 1.200 kg/ano. Somando a essa Para enfrentar esta problemática houve um grande incentivo da produção de aves caipira no município de Caxias, por parte da Secretaria Municipal de Agricultura por meio da instalação e difusão de métodos de criação desenvolvidos pela EMBRAPA por meio de um termo de Cooperação Técnica assinado com a Prefeitura.
A produção de frango caipira em Caxias totaliza 50.000 Kg. De acordo com a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão – AGERP, o território do Baixo Parnaíba possui 4.100 famílias beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria – PBSM, onde 65% dos agricultores aplicaram o fomento produtivo na criação de aves caipira de corte.
O território de Campos e Lagos possuem 5.400 famílias beneficiárias do PBSM, ao qual o município de Viana, Cajari, Penalva e Matinha possuem 362 avicultores cadastrados nos programas de compras governamentais. No território do Cerrado Amazônico, o município de Açailândia se destaca pela comercialização de 14.030 Kg de frango no Programa de Aquisição de alimentos, além de possuir um órgão municipal fiscalizador, o Sistema de Inspeção Municipal – SIM, responsável pela fiscalização de produtos de origem animal. A missão da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar – SAF é contribuir para superação da extrema pobreza, executando ações de inclusão produtiva para beneficiar agricultores familiares em situação de vulnerabilidade. No cumprimento desta missão a SAF implementa e/ou fortalece projetos produtivos sustentáveis destinados à produção de alimentos e segurança alimentar, cuidando, também, da incorporação de valor à produção familiar por meio de pequenas agroindústrias familiares, tais como: as agroindústrias destinadas ao abate de aves caipiras.
2.2 Situação Atual
Levantamento situacional dos agricultores, com aplicação de instrumental para identificação dos perfis produtivos e posterior aplicação de metodologia;
Elaboração de plano de trabalho da cadeia (por URT – Unidade de Referência Técnica, por Município, para a Cadeia Produtiva); Apoio a infraestrutura produtiva com a construção de matadouro de aves na cidade de Viana;
Capacitação dos agricultores em processo produtivo com modelo especifico (PROCAP);
Trabalhos voltados para cooperativismo e associativismo;
Repasse de fomento no valor de R$ 3.930,00 por beneficiário para incrementar o processo produtivo;
450 agricultores recebendo ATER, 400 fomentados para implementação de URT e acompanhados diretamente por equipe técnica, 170 já receberam a 1ª Parcela das 3 parcelas;
Intermediação de crédito bancário.
2.3 Potencialidades e Oportunidades de Investimentos
Padronização de produto com fins comerciais;
Elevado consumo;
Baixa taxa de industrialização.
2.3 Entraves
Fragilidade na Assistência Técnica e na pesquisa agropecuária;
Logística de produção limitada;
Logística para beneficiamento e armazenamento insuficientes para a produção.
2.4 Outras Variáveis Importantes
A construção do matadouro de aves necessita ser, de uma forma geral, avaliada. A gestão de um empreendimento desta natureza exige uma capacidade técnica/comercial de nível superior. A consolidação do negócio se dará pela gestão eficaz do processo como um todo do recebimento das aves até a sua comercialização. Para os agricultores assistidos pela cadeia, bem como para os fomentados com recursos do governo, não é viável a logística de abastecimento de tal empreendimento, haja visto que, a distância de alguns produtores é considerável em relação ao matadouro. Necessita-se então uma atuação mais eficaz no que trata dos dois assuntos relacionados: Gestão do empreendimento e logística.