De acordo com Elaine Bedeschi, que é gerente de Qualidade da Divisão Beef da Marfrig Global Foods, a qualidade da carne depende de cuidados de ponta a ponta da cadeia. Ela escreveu um artigo que foi publicado pela CarneTec Brasil.
“O bom manejo pré-abate deve começar no embarque na fazenda. O envio de lotes homogêneos, o trabalho tranquilo dos peões, sem correrias desnecessárias e sem cães ameaçando os animais, é importante para evitar o estresse do animal. Um ponto de atenção se refere ao embarcadouro, que não deve terminar em rampa, mas ser projetado para ter um último lance horizontal, pois isto evita com que os animais batam a garupa na entrada do caminhão boiadeiro, o que gera perda nesta região de cortes nobres”, comenta.
O transporte também deve ter a atenção redobrada e ser feito nos horários mais frescos do dia. “O caminhoneiro tem de ter consciência de como ele pode interferir no bem-estar e qualidade do que transporta. A Marfrig, por exemplo, investe em treinamento dos condutores de veículos boiadeiros e, hoje, há um contingente satisfatório de motoristas bem preparados, para os quais estímulo e reconhecimento ajudam a manter esse ciclo positivo para a qualidade da carne”, completa.
“Importante destacar que as condições de bem-estar dos animais interferem na qualidade da carne. Os animais não devem ser submetidos a situações de estresse, que consomem grandes níveis de glicose. O ácido lático produzido após o abate é o que causa acidez no músculo e permite uma série de reações necessárias para o processo de transformação de músculo em carne. Quando as reações subsequentes, que correspondem à degradação natural das fibras musculares por enzimas presentes no próprio músculo, não se processam adequadamente, temos uma carne de baixa qualidade, ou seja, escura, dura e seca”, conclui.
FONTE: SITE AGROLINK.