Pandemia influencia no adiamento da retirada da vacina contra a febre aftosa.

A pandemia atingiu também o setor pecuário maranhense no que se refere ao adiamento da retirada da vacina contra a febre aftosa no estado do Maranhão, e a consequente classificação sanitária de Zona livre de febre aftosa sem vacinação, prevista para 2021. O adiamento foi confirmado pelo chefe de Divisão da Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego Viali dos Santos.

Diego Viali participou nesta segunda-feira (17) de uma reunião virtual com produtores rurais maranhenses, diretores do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec-MA), gestores da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), sindicatos, universidades, da Superintendência Federal da Agricultura e entidades ligadas ao setor agropecuário para falar da importância da participação do produtor rural no Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).

No próximo ano estava previsto que o bloco III, composto pelos estados do Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte fosse classificado como Zona livre de febre aftosa sem vacinação. Também outros estados aguardavam pela nova classificação sanitária.

A participação de Diego Viali se deu durante a reunião da Equipe Gestora do PNEFA no Maranhão. “O estado do Maranhão é modelo para outros estados do Nordeste. É essencial que todos os estados tenham um fundo privado, que é o seguro do produtor rural para conseguir fazer a transição de Zona livre de febre aftosa com vacinação para Zona livre de febre aftosa sem vacinação. É importantíssimo esse recolhimento do recurso”, afirmou ele, referindo à doação voluntária que é feita pelos produtores ao Fundo, recolhida por meio da Guia de Trânsito Animal (GTA”.

O diretor do Fundepec-MA, Osvaldo Serra, que participou da reunião e integra a Equipe Gestora, afirmou que o encontro foi muito proveitoso com a participação dos representantes de várias entidades ligadas aos produtores rurais. “Foi ressaltado durante a reunião que os estados só mudarão de status sanitário se possuírem um fundo de desenvolvimento da pecuária forte, que possa dar segurança ao produtor”, avaliou Osvaldo*

O Fundepec-MA, por meio do consultor Ricardo Ataíde, é o representante do setor privado, eleito por seus membros no grupo da Equipe Gestora estadual e regional e responde pelos produtores durante as reuniões que tratam do PNEFA.

Sobre o apoio do Fundepec-MA nas ações de defesa agropecuária realizadas pela Aged, Diego Viali elogiou a parceria e disse que é importante trabalhar na prevenção. “Não esperar ter um foco da aftosa para usar o Fundo, tem que ter ações preventivas no sistema de defesa agropecuária. A existência do Fundo privado é muito bem avaliada e é importante não só este apoio financeiro, mas também na gestão, na vigilância como um todo, e estas ações são levadas em consideração pela auditoria. O fato de ser um fundo privado, que é dos produtores e não um fundo público, é muito importante”, avaliou ele.

Estava previsto para o mês de abril deste ano, um encontro que seria realizado no estado do Piauí para avaliar as ações que fazem parte do PNEFA nos estados que integram o bloco III, mas foi cancelado por causa da pandemia.

A previsão, segundo o chefe de Divisão da Febre Aftosa do Mapa, é de que o evento aconteça no primeiro semestre de 2021, podendo ser presencial ou virtual. “A pandemia foi um dos motivos do adiamento da retirada da vacina, pois atrasou a execução das ações e estamos sem previsão de quando os estados serão classificados como zona livre de febre aftosa sem vacinação ”, afirmou Diego, citando como exemplo destas ações, o georreferenciamento de propriedades. “Ano que vem faremos nova avaliação para decidir como será em 2022”, completou ele.

Campanha vacinação – A parcial da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que aconteceu no período de 01 de junho a 31 de julho, mostrou que até o dia 15 de agosto, foi vacinado 85.80% do rebanho de 8.816.976 cabeças de animais. Os dados foram apresentados durante a reunião de segunda-feira.

Os criadores têm até o dia 31 de agosto para comprovar a vacinação. “Compreendemos o quanto foi complicada essa campanha, em virtude da pandemia, mas sabemos que o produtor maranhense sabe da importância da vacinação e alcançaremos os índices vacinais preconizados pelo PNEFA”, explicou a responsável pelo programa na Aged, Margarida Prazeres e representante do Maranhão pelo setor público na Equipe Gestora.

Os índices de cobertura vacinal preconizados pelo PNEFA são de 90%, o que vem sendo alcançado pelo Maranhão nas últimas campanhas de vacinação contra a febre aftosa.

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