Os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançaram, nesta quinta-feira (15), a Câmara do Agro 4.0, por meio da assinatura de um acordo de cooperação técnica entre as duas pastas. A Câmara terá como objetivo promover ações de expansão da Internet no campo e a aquisição de tecnologias e serviços inovadores no ambiente rural.
“Essa iniciativa visa ampliar a conectividade no campo e estabelecer ações para que o Brasil seja um exportador de soluções de internet das coisas com aplicação no agronegócio”, resumiu a ministra Tereza Cristina, destacando a importância da Câmara principalmente para os pequenos produtores. “Eles precisam de muito de apoio na inovação, na ciência e na tecnologia. Queremos levar tecnologia e colocá-los na roda produtiva”.
Marcos Pontes, ministro e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, defendeu que a conectividade no campo é essencial para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. “Além disso, vamos estimular a Internet das Coisas, para ser aplicada dentro das propriedades em diversas modalidades, desde coletando dados para a melhoria do solo até à aplicação de defensivos de uma forma muito precisa”, garantiu, lembrando ainda o impacto que poderá ter na questão da segurança, um dos principais problemas atuais do setor rural.
A Câmara Agro 4.0 faz parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT.BR), lançado em junho pelo MCTIC. Ela vai definir ações prioritárias para o setor agropecuário no que diz respeito à conectividade das propriedades rurais de todo país, com atenção especial para as das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste – no Nordeste estão previstos investimentos no valor de R$ 83 milhões e no Norte, de R$ 35 milhões. Entende-se por IoT toda a interconexão digital de objetos cotidianos com a Internet, capaz de coletar e transmitir dados e facilitar a vida das pessoas.
Pontes afirmou que a solução para implantar definitivamente a conectividade no campo passa pela união do Executivo, do setor privado e do Congresso Nacional. A ministra Tereza Cristina lembrou também que a iniciativa estará em sintonia com o projeto que o Mapa prepara para o Nordeste, que já mapeou 11 regiões prioritárias do Nordeste.
Como vai funcionar
O decreto 9.854/19, que criou o Plano Nacional de Internet das Coisas, estabeleceu quatro áreas preferenciais de atuação, que serão foco de quatro câmaras: a Indústria (criada em abril), Agropecuária (criada nesta semana), Saúde e Cidades. Cada câmara vai procurar interagir com a iniciativa privada, universidades e institutos de Ciência & Tecnologia. Ainda não ficou definido como a Embrapa vai participar da Câmara Agro 4.0.
Na linha do tempo do Agronegócio, o Agro 1.0 refere-se ao período em que o produtor rural utilizava somente a tração animal e pequenos maquinários para o seu trabalho no campo. Já o Agro 2.0 abrange o uso do maquinário à combustão (tratores, primeiras colheitadeiras etc). O Agro 3.0 é o momento atual, com todas as inovações promovidas pela Agricultura de Precisão. E o Agro 4.0 é marcado pela entrada, desde os dois últimos anos, da Internet das Coisas, interagindo máquinas, sistemas, equipamentos (drones, por exemplo), dados e aplicativos.
A Câmara 4.0 terá um Conselho Superior, formado por representantes do Mapa, do MCTIC, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Será composto de quatro Grupos de Trabalho Permanentes: Conectividade no Campo; Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Profissional; e Cadeias Produtivas e Desenvolvimento de Fornecedores.
Serão convidados atores da iniciativa privada (por meio de associações e entidades representativas), de instituições acadêmicas e dos institutos de C&T para comporem os grupos de trabalho. A primeira reunião da Câmara Agro 4.0 será realizada ainda em agosto, quando será elaborado um cronograma de trabalho em conjunto com todos os integrantes para criar estratégias para atender às metas previstas no decreto.
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Fonte: Site da Embrapa.